Escrever e ler são atos que se complementam, mas não se reduzem uns ao outros, uma vez que o sentido original das palavras lidas e escritas, não sendo jamais finito, rebate-se um ao outro. Os atos de leitura e de escrita permitem à própria comunidade antropológica abrir-se para a compreensão dos processos cognitivos que formam de juízos reflexivos e teleológicos, o que configura a construção do método etnográfico. As Coleções textuais tratam, por um lado, da produção de uma narrativa etnográfica (nos diários de campo, nas descrições ou nos relatos), resultado da antiga prática de campo e da aplicação do método de investigação etnográfica, queiramos ou não, tem o mérito de desvelar a situação singular do antropólogo em face de outros pesquisadores da área das ciências humanas. Por outro, as coleções contemplam o estudo dos registros contidos nos acervos de fontes documentais escritas tais como jornais, revistas, livros, folhetos, álbuns comemorativos, crônicas, etc. publicadas e que versam sobre memória e patrimônio de uma dada comunidade urbana. O processo de produção de coleções etnográficas textuais se nutre, assim, de uma pluralidade e diversidade de formas de apresentação dos jogos da memória de uma comunidade urbana, segundo as diferentes formas de escrita e respectivas modalidade de praticas de leituras através das quais elas se expressam e perpetuam ao longo do tempo.