O projeto de pesquisa foca produção de crônicas sonoras por meio das quais são narradas as transformações urbanas a partir das suas “paisagens sonoras”, tendo como foco o contexto da pesquisa sobre memória coletiva, coleções etnográficas e patrimônio etnológico em Porto Alegre. A pesquisa antropológica que leva em conta as sonoridades da ambiência dos espaços urbanos a partir das práticas cotidianas de certos sujeitos, das suas vozes e performances, da diversidade de formas de expressar a cultura através do som, permite um novo “olhar” do pesquisador-etnógrafo de um lado, sobre os objetos de pesquisa antropológica e, de outro, sobre a forma de se realizar esta pesquisa seja em campo, seja na sistematização e classificação dos dados obtidos. O antropólogo, ao “capturar” estes “sons do cotidiano”, acervá-los como dados de
pesquisa e posteriormente estetizá-los na forma de documentário sonoro ou uma vinheta (no
caso das narrativas construídas no âmbito do Banco de Imagens e Efeitos Visuais) compromete-se com o ato de “contar uma história” e então interpretar a realidade estudada a partir de imagens sonoras que “falam” de determinado lugar e/ou grupo. Dessa forma, ao som é atribuído, seja no recinto fechado da sala de cinema, seja nos espaços abertos das ruas de uma cidade, um valor sensorial, informativo, semântico, narrativo, estrutural ou expressivo que passa a delinear certos caminhos para a pesquisa em Antropologia Visual e Sonora.